Quando abri minha empresa de atendimento domiciliar e passei a contratar fonoaudiólogos, percebi que a grande maioria se deparava com um de dois principais problemas durante o processo terapêutico: ou o paciente evoluia até certo ponto e depois estagnava, ou os pacientes não evoluiam porque recebiam os mesmos exercícios e estratégias, independente das especificidades do quadro clínico de cada um.
Eu percebi que o erro estava, em ambos os casos, em usar exercícios de M.O. para reabilitar a deglutição daqueles pacientes.
Mas você sabe porque exercícios puramente musculares, como os de M.O., não trazem resultados para o atendimento do paciente disfágico?
O primeiro motivo é que…
… grande parte dos pacientes com quadros neurológicos e que apresentam disfagia não conseguirão reproduzir os exercícios de M.O. por apresentarem alterações linguístico-cognitivas associadas. São os pacientes pouco responsivos.
Ou seja, quando o paciente não consegue seguir seus comandos para desempenhar os exercícios, o ambiente terapêutico fica limitado. Você acaba escolhendo estratégias como fazer uma ETTG com gelo e limão, e manipular a laringe do paciente.
Somente uma reabilitação com base em neuroplasticidade vai trazer evolução para o seu paciente pouco responsivo.
Somente estratégias pensadas especificamente para as demandas daquele paciente e com base na história de vida e nas experiências cognitivas de cada um trarão resultados concretos e duradouros.
O segundo motivo é que…
… a deglutição precisa de treino funcional, ou seja, só se reabilita a deglutição, deglutindo.
Logo, os exercícios de M.O., que tem foco puramente muscular, não serão eficientes, pois não trabalham áreas cognitivas que envolvem a memorização do padrão de deglutição para seu posterior planejamento e execução.
É preciso associar o treino da fase antecipatória oral, estimulando o treino dos 5 sentidos junto ao alimento.
É preciso trabalhar nos exercícios as causas das alterações que deram origem às queixas dos pacientes.
É preciso incentivar que o paciente degluta a cada repetição, nem que seja somente a saliva, mas para que, neurologicamente, haja associação daquela habilidade treinada à função a qual pertence.Agora você deve estar se perguntando “tá bem Paola, mas como eu faço para não depender dos exercícios de M.O. e conseguir propor estratégias personalizadas para meus pacientes?”
A resposta está na Academia da Disfagia, onde tem tudo sobre Neurofonoaudiologia em um único lugar.
Sim, Neurofonoaudiologia é o caminho para desenvolver o raciocínio clínico direcionado para criar seus próprios exercícios, personalizar seus atendimentos e nunca mais depender de listas prontas que não te trazem nenhum resultado.
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Uma resposta
Maravilhosas explicações.