Quem me acompanha já há algum tempo com certeza já me ouviu falar em raciocínio clínico, certo? E digo mais, com certeza também já me ouviu falar sobre a importância do raciocínio clínico na nossa atuação junto ao paciente disfágico.
Mas eu sei que sempre surge aquela dúvida sobre o que é exatamente o tal do raciocínio clínico e como fazer para conseguir desenvolver um que traga segurança e assertividade no atendimento.
Então, hoje eu estou aqui para te contar o que é o raciocínio clínico e pra te dar o passo a passo infalível para você nunca mais ficar na dúvida quando for atender um paciente neurológico.
Porque, afinal de contas, não dá para atender nossos pacientes com aquela listinha pronta de exercícios ou reproduzir as condutas que a colega fonoaudióloga compartilhou – ou até mesmo repetir os mesmos exercícios e técnicas que fizemos com o paciente anterior, e com o anterior…
Mas porque é tão importante assim ter raciocínio clínico?
Raciocínio clínico é a base de todo atendimento na área da saúde! Todo processo de avaliação, diagnóstico e tratamento, seja médico, nutricional, fisioterapêutico, e claro, fonoaudiológico, acontece embasado nas premissas do raciocinar clinicamente.
E é a partir dele que depende toda a eficiência do serviço prestado por nós aos pacientes.
Por definição:
Raciocinar clinicamente consiste em analisar e combinar todos os dados relevantes, clínicos e não clínicos, daquele paciente em específico. Ou seja, é ter um olhar apurado tanto para a história de vida, quanto para o histórico clínico do paciente.
Nesse conceito também cabe dizer que, tendo analisado e compreendido o contexto global daquele paciente, faz parte de um bom raciocínio clínico ponderar as possibilidades de conduta de acordo com os riscos e benefícios conhecidos e que nos fizeram chegar ao diagnóstico.
O raciocínio clínico bem feito nos leva à compreensão das demandas do paciente, com olhar voltado para a causa das alterações, e nos faz ter condições para elaborar exercícios e aplicar condutas de forma que o nosso paciente recebe um atendimento personalizado, humanizado e eficaz.
Entendeu?
Agora que vocês já sabem o que é raciocínio clínico, vou te contar o que é preciso para ter desenvolver o seu próprio raciocínio clínico, peça chave no sucesso no atendimento de qualquer paciente neurológico.
Ative o seu lado “investigador”.
E quando eu digo investigador estou me referindo ao processo de avaliação do Quarteto Fantástico do paciente.
Quando vemos um paciente deglutindo, falando ou desempenhando uma tarefa cognitiva, precisamos analisar como estão todos os processos neurofisiológicos envolvidos em cada função daquele paciente.
Para entender o que está adequado e o que está alterado, precisamos ter muita noção da normalidade!
E como entender o que é a normalidade?
Eu te aconselho a observar muitas pessoas comendo… Nos restaurantes, na sua família, você mesmo (quem nunca comeu de frente pro espelho? rs).
Observe, com olhar fonoaudiológico, pessoas conversando, se comunicando através de gestos e mímica facial…
A noção da normalidade vai te trazer parâmetros importantes para comparar o que seu paciente está fazendo (ou não está) e que falta/deveria acontecer na normalidade.
Ou seja, todo bom raciocínio clínico tem origem na comparação dos achados da sua avaliação com a normalidade.
O caminho do raciocínio clínico vai te levar adiante na sua carreira e no mercado de trabalho, além de garantir o melhor processo terapêutico para o seu paciente.
Espero que ele te ajude, diariamente, quando você estiver salvando vidas!
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