Um belo dia, você chega para atender um novo paciente disfágico. No seu “kit fono” tem tudo aquilo que você sempre usa: limão, gelo, papinha de frutas, estetoscópio.
Na sua cabeça, você repassa o protocolo do atendimento:
- Fazer uma ETTG com gelo e limão
- Exercícios de força e mobilidade de língua intercalados com a oferta da papinha de fruta
- Repetir PATAKA
- Bico e sorriso
- Mais papinha
E pronto. Atendimento feito.
Mas aí você chega, encontra o paciente e percebe que todo aquele plano terapêutico foi por água abaixo!
Paciente pouco responsivo, incapaz de repetir os exercícios de MO e o PATAKA que você planejou.
Sobrou a ETTG – que sempre te salva! – mas o paciente recusa limão porque, segundo a filha, ele nunca gostou dessa fruta.
O que você faz?
Entrar em desespero não é uma opção.
Abandonar o caso, muito menos!
E é aqui que eu entro para te mostrar o “pulo do gato” que vai te fazer atender qualquer caso de disfagia sem depender de protocolos engessados e listas com exercícios prontos.
Segue comigo aqui!
Tudo começa na avaliação…
Você precisa entender que a avaliação vai te trazer dados essenciais para elaborar o seu plano terapêutico e guiar as estratégias que você vai propor para cada paciente.
É na avaliação que você entende as causas das alterações que seu paciente apresenta.
Você descobre quais estímulos usar na ETTG porque são todos da preferência do seu paciente.
Você pode fazer pequenos testes terapêuticos que te ajudarão a entender quais manobras usar, quais exercícios serão mais eficazes.
É na avaliação que você ganha conteúdo de qualidade para personalizar as suas sessões.
Personalizar o atendimento faz diferença!
É, meus queridos colegas fonoaudiólogos, tudo seria diferente se no lugar do PATAKA, houvesse uma estratégia que favorecesse as redes neurais cognitivas relacionadas aos movimentos laríngeos realizados durante a deglutição.
Ou se no lugar do limão, fosse chocolate, o alimento favorito do paciente, acionando memórias alimentares importantes para a neurofisiologia da deglutição.
Esses foram somente alguns exemplos de como listas de exercícios prontos e estratégias padronizadas não resolvem a grande maioria dos casos dos pacientes disfágicos!
O melhor exercício é aquele a fono cria e personaliza se baseando nas especificidades de cada caso.
Agora que você já sabe disso, compartilhe este artigo com um amigo fonoaudiólogo que precisa saber deste conteúdo também.